Naturalmente
o pregador se distingue acima de todos os demais como homem de oração. Ele
ora como um cristão comum, ou de outra forma seria hipócrita. Ora mais que os
cristãos comuns, ou de outra forma estaria desqualificado para o cargo que
assumiu. "Seria totalmente
monstruoso", diz Bernard, "um
homem estar no ofício mais elevado, e ser o mais baixo de alma; o primeiro na
posição e o último no viver."
Como cidadão, seu país goza a vantagem
da sua intercessão; como vizinho, os que estão à sombra dele são lembrados em
suas súplicas. Ora como marido e como pai; luta para fazer das devoções
domésticas um modelo para o seu rebanho; e se o fogo do altar de Deus há de
bruxulear em algum outro lugar, é bem mantido na casa do servo escolhido do
Senhor
– pois ele vela para que os
sacrifícios da manhã e da tarde santifiquem a
sua habitação.
Do mesmo teor deve ser o seu modo de
ser e de agir, ó homens de Deus! Se vocês, na qualidade de ministros, não são
de muita oração, são dignos de muito dó. Se futuramente, chamados para exercer
pastorados, pequenos ou grandes, relaxarem nas devoções secretas, não só vocês
merecerão dó; os seus rebanhos também o merecerão; em acréscimo, vocês serão
censurados, e chegará o dia em que ficarão envergonhados e confusos.
Enquanto o ministro que ainda não tomou
forma gira sobre o eixo da preparação, a oração é a ferramenta do grande oleiro
com a qual molda o vaso. Todas as nossas
bibliotecas e escritórios são uma simples vacuidade, comparados com os nossos
quartos. Crescemos, ficamos cada vez mais poderosos, prevalecemos na oração
secreta.
A oração, como exercício mental,
trar-lhes-á à mente muitos assuntos, e assim os ajudará na seleção de um
tópico, enquanto que, como elevada ocupação espiritual, limpará a sua visão
interior para poderem ver a verdade à luz de Deus.
Muitas
vezes os textos se negarão a revelar os seus tesouros, enquanto não os abrirem
com a chave da oração.
Novos veios de minério precioso se
descortinarão ao seu olhar admirado quando vocês escavarem a Palavra de Deus e
usarem diligentemente o martelo da oração.
Os melhores e mais santos homens sempre
fizeram da oração a parte mais importante do preparo para o púlpito. De
McCheyne se diz: "Desejoso de dar a
seu povo no dia do Senhor o que lhe tivesse custado algo, jamais sem motivo
urgente, se apresentava diante dele sem antes meditar e orar muito.
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