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"NÃO TENTE SE TORNAR UM HOMEM DE SUCESSO. EM VEZ DISSO, TORNA-SE UM HOMEM DE VALOR." - ALBERT EINSTEIN

terça-feira, 27 de abril de 2010

VIDA QUE NOS INSPIRAM A MUDAR....





Jonathan Edwards

Introdução

Jonathan Edwards, um pastor congregacional norte-americano que viveu no século XVIII, foi uma das personalidades religiosas mais destacadas da história da igreja nos últimos três séculos. Os estudiosos da sua vida e obra o tem considerado o maior filósofo e teólogo já produzido pelos Estados Unidos e especialmente o mais importante e influente dos calvinistas americanos. (1) Benjamin B. Warfield cita o testemunho do filósofo francês Georges Lyon, segundo o qual, tivesse Edwards permanecido apenas no campo da filosofia e da metafísica, sem enveredar pela teologia, ele talvez viesse a ocupar "um lugar ao lado de Leibnitz e Kant entre os fundadores de sistemas imortais."(2)

O fato é que, tendo sido inicialmente, durante a sua juventude, atraído pela filosofia, notadamente sob a influência de grandes empiricistas e cientistas ingleses como John Locke (1632-1704) e Isaac Newton (1642-1717), eventualmente as preocupações de ordem religiosa tornaram-se poderosamente dominantes em sua vida e pensamento. Tais preocupações finalmente o levaram ao ministério pastoral e à teologia.

Além da sua notável produção filosófica e teológica, Edwards destaca-se por outros fatores. Ele foi também um extraordinário pregador, cujos sermões, proferidos com a mais sincera convicção, causavam um poderoso impacto.(3) Em virtude disso, ele veio a ser um dos protagonistas do célebre avivamento religioso americano que ficou conhecido como o Grande Despertamento (1735-44). Mais ainda, com sua pena habilidosa, Edwards tornou-se o principal estudioso e intérprete do avivamento, registrando descrições e análises sobre os seus fenômenos espirituais e psicológicos que até hoje não foram superadas.

Finalmente, Edwards impressiona por sua grande síntese entre fé e razão, tanto em sua vida pessoal quanto em sua produção literária. Dotado de uma mente inquiridora e disciplinada, e acostumado a refletir sobre um tema até as suas últimas implicações, ele também foi um homem de espiritualidade profunda e transbordante, que teve como a maior das suas preocupações a celebração da graça e da glória de Deus.

No Brasil, a vida e contribuição de Edwards ainda são essencialmente desconhecidas nos meios evangélicos, até mesmo nos círculos acadêmicos.(4) A única coisa que muitos associam com ele é o célebre sermão "Pecadores nas mãos de um Deus irado,"(5) que, embora aborde um tema importante da sua teologia, está longe de ser representativo da sua obra como um todo e certamente não expressa algumas das principais ênfases da sua reflexão.

O objetivo do presente artigo é oferecer uma introdução ao estudo de Jonathan Edwards, o homem, o líder, o pensador cristão. Iniciaremos com uma síntese da sua vida e carreira ministerial, continuando com a apresentação e classificação dos seus escritos e uma análise de alguns pontos salientes da sua reflexão teológica, entre os quais as suas idéias acerca do avivamento.(6)

I. Dados Biográficos

Jonathan Edwards nasceu em East Windsor, Connecticut, em 5 de outubro de 1703, sendo seu pai um piedoso ministro congregacional. Precoce e religioso desde a sua meninice, aos 12 anos ele escreveu a uma de suas irmãs:

Pela maravilhosa bondade e misericórdia de Deus, houve neste lugar uma extraordinária atuação e derramamento do Espírito de Deus,... tenho razões para pensar que agora diminuiu em certa medida, mas espero que não muito. Cerca de treze pessoas uniram-se à igreja em um estado de plena comunhão.(7)

Depois de dar os nomes dos convertidos, ele acrescentou: "Acho que muitas vezes mais de trinta pessoas se reúnem às segundas-feiras para falar com o Pai acerca da condição das suas almas."

O lar de Edwards estimulou de maneira poderosa a sua vida espiritual e intelectual. Ele começou a estudar latim aos seis anos e aos treze também já havia adquirido um respeitável conhecimento de grego e hebraico. Após quatro anos de estudos no Colégio de Yale, em New Haven, Edwards obteve o seu grau de bacharel em 1720. Logo em seguida, encetou seus estudos teológicos na mesma instituição, obtendo o grau de mestre em 1722. Após pastorear uma igreja presbiteriana em Nova York por oito meses (1722-23) e atuar como professor assistente em Yale por dois anos, em 1726, aos 23 anos de idade, Edwards passou a trabalhar como pastor-assistente do seu avô, Solomon Stoddard (1643-1729), o famoso ministro da igreja de Northampton, Massachusetts. Essa igreja era provavelmente a maior e a mais influente da província, à exceção de Boston. Houve uma época em que chegou a ter seiscentos e vinte membros, incluindo quase toda a população adulta da cidade.

Em julho de 1727, Edwards casou-se com Sarah Pierrepont, então com 17 anos, filha de James Pierrepont, o conhecido pastor da igreja de New Haven, e bisneta do primeiro prefeito de Nova York. Os historiadores destacam a grande harmonia, amor e companheirismo que caracterizou a vida do casal.(8) Eles gostavam de andar a cavalo ao cair da tarde para poderem conversar e antes de se recolherem sempre tinham juntos os seus momentos devocionais.

Jonathan e Sarah tiveram 11 filhos, todos os quais chegaram à idade adulta, fato raro naqueles dias. Em 1900, um repórter identificou 1400 descendentes do casal Edwards. Entre eles houve 15 dirigentes de escolas superiores, 65 professores, 100 advogados, 66 médicos, 80 ocupantes de cargos públicos, inclusive 3 senadores e 3 governadores de estados, além de banqueiros, empresários e missionários.(9)

Em 1729, com a morte do seu avô, Jonathan tornou-se o pastor titular da igreja de Northampton, na qual, através de sua poderosa pregação, ocorreu um grande avivamento cinco anos mais tarde (1734-35).(10) O Grande Despertamento, que tivera os seus primórdios alguns anos antes entre os presbiterianos e reformados holandeses na Pensilvânia e Nova Jersey, cresceu com as pregações de Edwards e atingiu o seu apogeu no ano de 1740, com o trabalho itinerante do grande avivalista inglês George Whitefield (1714-1770).(11)

Em 1750, após 23 anos de pastorado, Jonathan Edwards foi despedido pela sua igreja. A razão principal foi a sua insistência de que somente pessoas convertidas participassem da Ceia do Senhor, em contraste com a prática anterior do seu avô. No seu sermão de despedida, depois de advertir a igreja sobre as contendas que nela havia e os perigos que isso representava, ele concluiu:

Portanto, quero exortá-los sinceramente, para o seu próprio bem futuro, que tomem cuidado daqui em diante com o espírito contencioso. Se querem ver dias felizes, busquem a paz e empenhem-se por alcançá-la (1 Pe 3.10-11). Que a recente contenda sobre os termos da comunhão cristã, tendo sido a maior, seja também a última. Agora que lhes prego meu sermão de despedida, eu gostaria de dizer-lhes como o apóstolo Paulo disse aos coríntios em 2 Coríntios 13.11: "Quanto ao mais, irmãos, adeus! Aperfeiçoai-vos, consolai-vos, sede do mesmo parecer, vivei em paz; e o Deus de amor e de paz estará convosco".(12)

No ano seguinte, Edwards foi para Stockbridge, uma região remota da colônia de Massachusetts, onde trabalhou como pastor dos colonos e missionário entre os índios. Em 1757, a sua excelência como educador e sua fama como teólogo e filósofo fizeram com que ele fosse convidado para ser o presidente do Colégio de Nova Jersey, a futura Universidade de Princeton. Em 22 de março de 1758, um mês após a sua posse, Edwards morreu devido a complicações resultantes de uma vacina contra varíola.

II. Produção Literária

A produção literária de Jonathan Edwards foi gigantesca.(13) Antes de completar vinte anos, quando ainda estudava teologia em Yale, ele começou a escrever o tratado filosófico Sobre o Ser. Pouco depois (1722-23), ele redigiu as suas célebres Resoluções e começou a escrever o seu Diário e as Miscelâneas. As Resoluções são 70 regras de disciplina pessoal que Edwards comprometeu-se a ler uma vez por semana durante o resto da sua vida.(14) Em seu Diário, ele faz um profundo auto-exame e preocupa-se em avaliar até que ponto estava cumprindo com as resoluções. Já as Miscelâneas são cadernos teológicos ou uma espécie de diário intelectual que Edwards escreveu ao longo de trinta e cinco anos e mostram o desenvolvimento do seu pensamento. Edwards também escreveu sobre suas experiências de vida em sua Narrativa Pessoal (1739), que oferece uma visão fascinante da sua infância, do relacionamento com o seu pai e de suas lutas com o seu próprio pecado e com as doutrinas calvinistas da soberania de Deus e da predestinação.

Algumas das obras mais penetrantes de Edwards tratam do fenômeno da psicologia religiosa, a partir das suas próprias experiências com os reavivamentos de Northampton e, posteriormente, com o Grande Despertamento como um todo. Seu primeiro escrito a tratar da natureza da experiência religiosa nesse contexto foi uma carta escrita em 1736, publicada no ano seguinte sob o título Fiel Narrativa da Surpreendente Obra de Deus (também conhecida como Narrativa de Conversões Surpreendentes). Essa carta analisa eventos ocorridos durante o reavivamento local em Northampton (1734-35). Alguns anos mais tarde Edwards publicou Marcas Distintivas de uma Obra do Espírito de Deus (1741) e Alguns Pensamentos Acerca do Presente Reavivamento da Religião na Nova Inglaterra (1742), tratando do movimento mais amplo.(15) Em 1746, ele publicou seu estudo mais amadurecido sobre a experiência do avivamento, o Tratado Sobre as Afeições Religiosas, baseado em uma série de sermões sobre 1 Pedro 1:8 ("... a quem, não havendo visto, amais; no qual, não vendo agora, mas crendo, exultais com alegria indizível e cheia de glória"). Nessa obra ele argumenta que o verdadeiro cristianismo não é evidenciado pela quantidade ou intensidade das emoções religiosas, mas está presente sempre que um coração é transformado para amar a Deus e buscar o seu prazer.

Edwards também produziu muitas obras teológicas altamente significativas. À semelhança das suas obras sobre a experiência religiosa, os seus escritos teológicos têm uma dimensão prática, estando diretamente ligados a acontecimentos e preocupações do seu tempo. Por exemplo, a controvérsia em que se envolveu com a sua congregação sobre quem tinha o direito de participar da Santa Ceia levou-o a escrever Qualificações para a Comunhão, em 1749, onde argumenta que somente pessoas convertidas devem receber o sacramento.

Rejeitado por sua igreja, Edwards passou os últimos oito anos da sua vida na remota Stockbridge, período esse que foi o mais fértil na sua reflexão e produção teológica. Foi nessa época que ele escreveu seu monumental tratado A Liberdade da Vontade(16) (1754), onde argumenta que o ser humano é certamente livre (uma idéia crescentemente popular na Idade da Razão), mas Deus permanece soberano e é o único responsável pela salvação humana.(17) Outras obras escritas nesse período foram: O Fim Para o Qual Deus Criou o Mundo e A Natureza da Verdadeira Virtude(18) (publicadas postumamente em 1765); O Pecado Original (1758); e História da Obra da Redenção.

Edwards não chegou a concluir sua História da Obra da Redenção, um colossal tratado teológico na forma de uma história, em que ele planejava traçar a atuação de Deus desde a criação até os seus próprios dias. A fim de preparar-se para essa tarefa, Edwards leu todas as obras históricas a que teve acesso. O material básico do tratado, uma série de preleções feitas em 1739, foi publicado na Escócia em 1774 e nos Estados Unidos em 1786.

Outro volumoso conjunto de escritos deixados por Edwards são os seus sermões, um dos quais, "Deus é Glorificado na Dependência do Homem" (1 Co 1:29-31), pregado a um grupo de pastores de Boston em 1731, foi o primeiro dos seus escritos a ser publicado. Outro importante sermão é "Uma Luz Divina e Sobrenatural" (Mt 16:17), proferido em 1733. Ocupam lugar de destaque os seus 15 sermões sobre "A Caridade e seus Frutos" (1 Coríntios 13), pregados à igreja de Northampton em 1738, mas publicados somente em 1851.

A correspondência pessoal de Edwards também constitui-se em um volumoso e valioso conjunto de escritos, pois nela ele aborda os mesmos temas palpitantes dos seus tratados e sermões.(19) O seu "Relato do Reavivamento de Northampton em 1740-42" faz parte de uma carta que escreveu a um destacado ministro de Boston.

Edwards também escreveu uma biografia do famoso missionário aos indígenas norte-americanos David Brainerd (1718-1747) e publicou o seu Diário, um clássico devocional. Brainerd estava para casar-se com Jerusha, uma filha de Edwards, e morreu na casa deste aos 29 anos de idade, vitimado pela tuberculose.

III. Contexto Religioso e Intelectual

Quando Jonathan Edwards iniciou o seu ministério, a região em que vivia, a Nova Inglaterra, já vinha sendo colonizada pelos ingleses e seus descendentes há um século. Os colonizadores foram os célebres puritanos, calvinistas que lutaram por uma igreja mais pura no seu país de origem e que eventualmente vieram para o Novo Mundo a fim de viverem sem impedimentos de acordo com as suas convicções religiosas. Ao chegarem a Massachusetts, primeiro a Plymouth (1620) e depois a Salem e Boston (1629-30), eles procuraram edificar uma comunidade verdadeiramente cristã e uma igreja composta de pessoas convertidas e comprometidas com Deus. Apesar de alguns problemas, e de certa intolerância para com outros grupos que pensavam de maneira diferente, eles conseguiram realizar esses ideais por algum tempo.

Eventualmente, depois de um período inicial de sofrimentos e provações amargas, os colonos prosperaram materialmente na nova terra cheia de tantas oportunidades. No final do século XVII, a vida na Nova Inglaterra era em grande parte pacífica e confortável. A maioria das pessoas pertencia à classe média e quase não havia pobreza. O nível educacional também era relativamente alto.(20) Todo esse progresso havia sido alcançado por causa dos valores religiosos e éticos dos puritanos, como o seu amor ao trabalho, sua disciplina de vida, sua rejeição de vícios e a preocupação em serem bons mordomos das bênçãos de Deus. Porém, juntamente com a prosperidade material, ocorreu um declínio no fervor religioso entre as novas gerações. O cristianismo de muitos tornou-se meramente nominal; o mundanismo e a apatia espiritual afetaram seriamente as igrejas.

Ao mesmo tempo, as novas ideologias vindas da Europa estavam exercendo uma influência crescente sobre a sociedade. A Idade da Razão caracterizou-se pela crença na capacidade do ser humano para o bem, especialmente ao agir segundo os ditames da razão. O racionalismo iluminista e sua versão religiosa, o deísmo, ameaçavam diretamente não somente as convicções evangélicas e reformadas dos puritanos, mas também os próprios fundamentos do cristianismo histórico. Muitos pensadores europeus e americanos rejeitavam a idéia de uma humanidade pecadora que estava sob o julgamento de um Deus justo.

Como um homem culto e inquiridor, alguém que levava a sério as realidades e desafios do seu tempo, Edwards propôs-se, em sua reflexão e em sua prática, a defrontar-se com esse duplo ataque experimentado pela fé reformada. Ele envidou esforços não somente no sentido de que a vida e a espiritualidade da igreja resgatassem o que havia de positivo na experiência e contribuição dos puritanos, mas ao mesmo tempo procurou fazê-lo de maneira intelectualmente defensável, buscando demonstrar que não havia qualquer conflito intransponível entre fé e razão.

Sendo um líder solidamente firmado na tradição puritana, com sua ênfase na experiência espiritual, e não somente no conhecimento intelectual das verdades da fé, Edwards recebeu com alegria a eclosão do avivamento em sua própria igreja e posteriormente em escala mais ampla, não só na Nova Inglaterra mas em outras partes das colônias americanas. Os pregadores do Grande Despertamento não puseram de lado a ênfase puritana nas doutrinas, mas apelaram fortemente às emoções.(21) Alguns deram ênfase excessiva às manifestações físicas associadas com os sentimentos religiosos. As pessoas tocadas por um sermão poderiam desmaiar, gritar, contorcer-se, cantar e ter outros tipos de reações físicas.

Obviamente, nem todos os líderes religiosos ficaram empolgados com tais ocorrências. Muitos clérigos influenciados pelo racionalismo, dos quais o mais famoso era Charles Chauncy, de Boston, ressentiam-se com o entusiasmo religioso gerado pelo avivamento. Eles o consideravam uma ameaça à autoridade estabelecida da igreja. Entendiam que o subjetivismo religioso apelava aos instintos inferiores e que uma pessoa racional não necessitaria que as suas crenças fossem substanciadas por um coração aquecido e muito menos por desmaios, gemidos ou pulos de alegria.(22) Assim sendo, surgiram dois partidos: os pastores contrários ao avivamento, chamados Old Lights, que temiam uma ruptura da ordem e da autoridade religiosa, e os New Lights, favoráveis ao movimento, muitos dos quais também preocupavam-se com as distorções ocorridas.

IV. Interpretando o Avivamento

Jonathan Edwards defrontou-se com a difícil tarefa de defender o avivamento dos ataques dos críticos e ao mesmo tempo apontar os desvios e falsas concepções acerca da vida espiritual que o movimento podia gerar. Suas excepcionais qualificações intelectuais e espirituais contribuíram para fazer dele o notável intérprete do Grande Despertamento. Nas suas primeiras análises do tema, Fiel Narrativa da Surpreendente Obra de Deus (1736), Marcas Distintivas de uma Obra do Espírito de Deus (1741) e Alguns Pensamentos Acerca do Presente Reavivamento da Religião na Nova Inglaterra (1742), ele não só descreve com detalhes os acontecimentos verificados na sua igreja e na região, mas preocupa-se em responder às acusações de que o reavivamento limitava-se a emoções, superficialidade e desordem. Ele admitiu que o emocionalismo podia prejudicar o cristianismo autêntico, mas também defendeu o avivamento apontando para o culto mais intenso e para as vidas permanentemente transformadas.(23)

Curiosamente, ao escrever a última obra mencionada acima, Edwards baseou-se em parte nas experiências da sua esposa. Em janeiro de 1742, quando ele estava ausente fazendo conferências, Sarah teve uma intensa crise espiritual marcada por desmaios, visões e êxtases. Quando Edwards regressou, toda a cidade estava comentando o assunto. Ele sentou-se com Sarah, pediu-lhe que lhe contasse tudo o que ocorrera e escreveu toda a sua história. Sarah lhe disse que havia recebido uma certeza do favor de Deus como nunca havia experimentado até então, bem como o mais profundo sentimento de alegria espiritual. Edwards convenceu-se de que a experiência da sua esposa foi uma crise espiritual a ser atribuída à atuação de Deus e afirmou que a partir de então ela passou a realizar os seus deveres domésticos como um "serviço de amor" marcado por constante satisfação, paz e alegria.(24)

Todavia, suas idéias mais refletidas e profundas encontram-se no seu grande clássico, o Tratado Sobre as Afeições Religiosas (1746), escrito numa época em que a Grande Despertamento já havia perdido o seu ímpeto inicial. Edwards argumenta que a verdadeira religiosidade reside no coração, a sede dos afetos, emoções e inclinações. Ao mesmo tempo, ele descreve com detalhes os tipos de emoções religiosas que são em grande parte irrelevantes para qualquer aferição de uma verdadeira espiritualidade. A obra termina com uma apresentação das doze "marcas" que indicam a presença da religião verdadeira. Ele acentua, em síntese, que não é a quantidade de emoções que indicam a presença da verdadeira espiritualidade, mas a origem de tais emoções em Deus e a sua manifestação através de obras consoantes com a lei de Deus.

Portanto, Edwards destacou a centralidade das afeições na genuína experiência religiosa. Conforme ele mesmo afirma, "as Escrituras Sagradas em toda parte colocam a religião mui fortemente nas afeições, tais como temor, esperança, amor, ódio, desejo, alegria, tristeza, gratidão, compaixão e zelo."(25) Como pondera George Marsden, Edwards defendeu a religião do coração em contraste com os críticos do reavivamento que ficavam somente com uma religião da cabeça, um cristianismo que limitava-se a crer nas doutrinas certas e observar uma moralidade apropriada.(26) Por outro lado, em seu tratado Edwards delineou cuidadosamente alguns testes bíblicos para avaliar a genuína experiência religiosa, incluindo entre eles a ênfase na obra graciosa de Deus, doutrinas consistentes com a revelação bíblica e uma vida caracterizada pelos frutos do Espírito.

Essa ênfase numa espiritualidade calorosa e experimental é que torna Edwards tão atraente para o grande pastor e escritor reformado do século XX que foi D. Martin Lloyd-Jones. Ele considera que "em Edwards chegamos ao zênite ou ao ápice do puritanismo, pois nele temos o que vemos em todos os outros [puritanos], mas, em acréscimo, este espírito, esta vida, esta vitalidade adicional."(27) Além das experiências da sua esposa, Edwards também relata experiências pessoais de intensa emoção religiosa. Ele fala, por exemplo, do que lhe aconteceu em 1737, quando orava nos bosques, em meio a uma cavalgada, e teve uma visão da glória de Cristo que o manteve "a maior parte do tempo num mar de lágrimas, chorando em voz alta."(28)

Edwards admite, portanto, a possibilidade de manifestações emocionais e mesmo físicas como conseqüência de uma experiência religiosa genuína, de um verdadeiro encontro com Deus. Ele pode apontar para inúmeros exemplos bíblicos em que manifestações gloriosas do Ser Divino causaram um poderoso impacto sobre diferentes personagens. O que ele não concebe é que tais manifestações sejam evidências decisivas a favor ou contra a autenticidade de uma experiência religiosa. Elas não constituem uma norma geral: a maneira como alguém experimenta a realidade de Deus não é necessariamente igual à de outro. O que realmente revela se a experiência é verdadeira ou espúria são os efeitos, os frutos revelados na vida e na conduta, a médio e longo prazo.

V. A Centralidade de Deus

A espiritualidade e a prática pastoral de Edwards têm o seu fulcro em suas concepções a respeito de Deus. A sua teologia, suas noções acerca do avivamento, sua cosmovisão e a sua ética individual e social têm aqui o seu ponto de partida. Para Edwards, como bem aponta Lloyd-Jones, a religião é acima de tudo um encontro vivo e existencial com Deus.(29) Edwards dá forte ênfase à soberania, ao amor e à glória de Deus. O próprio propósito de Deus ao criar o universo foi expressar o seu amor, comunicar-se com as suas criaturas, revelar a sua glória e o seu resplendor. Para Edwards, como destaca Marsden, "a essência da verdadeira experiência religiosa consiste em ser prostrado pela visão da beleza de Deus, ser atraído pela glória das suas perfeições, sentir o seu amor irresistível."(30)

Assim atua a graça soberana de Deus: o coração humano é transformado pelo seu poder irresistível, mas esse poder não é exercido como uma força externa imposta à vontade. Antes, quando os olhos são abertos e a pessoa é cativada pela beleza, glória e amor de Deus, quando a pessoa vê esse amor manifesto supremamente na beleza do amor sacrificial de Cristo, ela é alegremente compelida a abandonar o amor-próprio como o princípio central da vida, voltando-se para o amor de Deus.(31) Edwards descreve o lado humano dessa experiência regeneradora como o recebimento de um sexto sentido – um senso da beleza, glória e amor de Deus.

Assim sendo, o conhecimento de Deus na verdadeira experiência cristã será um conhecimento "sensível." Ele é diferente do mero conhecimento especulativo, do mesmo modo como o sabor do mel é diferente da simples compreensão de que o mel é doce. Portanto, a verdadeira experiência cristã não fundamenta-se apenas no conhecimento e na afirmação das doutrinas cristãs verdadeiras, por importantes que elas sejam. Antes, é um conhecimento afetivo, ou um senso das verdades que as doutrinas descrevem. É o que Edwards afirma em seu célebre sermão "Uma Luz Divina e Sobrenatural":

Aquele que é espiritualmente iluminado... não crê de maneira meramente racional que Deus é glorioso, mas tem um senso da natureza gloriosa de Deus em seu coração. Não há somente uma percepção racional de que Deus é santo, e de que a santidade é uma coisa boa, mas há uma percepção do caráter atraente da santidade de Deus. Não há apenas a conclusão especulativa de que Deus é gracioso, porém o senso de quão amável Deus é, ou o senso da beleza deste atributo divino.(32)

Além de afirmar a centralidade de Deus na vida espiritual e na experiência religiosa do crente, Edwards também o faz com relação ao mundo material. As novas concepções científicas e filosóficas da Idade de Razão davam ênfase a um universo cada vez menos dependente de Deus. Este parecia desnecessário em um cosmos que funcionava independentemente seguindo as suas próprias leis. O Ser Supremo dos deístas estava mui distante da sua criação. Edwards reagiu contra essas idéias, afirmando que Deus deve ocupar um lugar central em toda a visão da realidade. A essência de Deus é o amor, o que para Edwards significa que Deus está constantemente comunicando o seu caráter, beleza, amor e glória às suas criaturas. Deus não é somente o Criador, mas a cada momento sustenta a sua criação e fala por meio dela. Deus é distinto da criação; todavia, a criação tem uma qualidade pessoal, sendo parte da linguagem pela qual Deus expressa a sua bondade e glória às suas criaturas.(33)

VI. Da Teologia à Ética

Sem abandonar a antropologia reformada tradicional, Edwards lhe dá novas ênfases e a expõe de maneira peculiar em sua reação aos postulados do arminianismo e do racionalismo. Como John H. Leith aponta, Edwards dá muito maior atenção à vontade humana do que o fez Calvino.(34) Em A Liberdade da Vontade, Edwards argumenta que a vontade não é uma faculdade independente, mas uma expressão da motivação humana mais fundamental. "Querer" algo é agir de acordo com os motivos mais fortes que existem no íntimo do indivíduo. O ser humano é moralmente livre para fazer o que lhe agrada, porém o que lhe agrada é determinado por motivos dos quais ele não é senhor.(35) Mark Noll observa que o que Edwards faz aqui é argumentar de maneira agostiniana e calvinista que as ações humanas são sempre consistentes com o caráter humano.(36)

Particularmente importantes para Edwards são as implicações soteriológicas dessa concepção da natureza humana. Aquele que é pecador por natureza jamais escolheria glorificar a Deus, a menos que o próprio Deus transformasse o caráter dessa pessoa, implantando um novo "senso do coração" para amar e servir a Deus. A regeneração, um ato de Deus, é o fundamento do arrependimento e da conversão, que são ações humanas. Em O Pecado Original, Edwards argumenta que toda a humanidade estava presente em Adão quando este pecou e por isso todos partilham da tendência para o pecado e da culpa que Adão trouxe sobre si mesmo. Assim, os indivíduos são responsáveis pela sua própria pecaminosidade e ao mesmo tempo estão presos aos ditames de uma natureza caída, até que sejam convertidos pela graça soberana de Deus.

Noll observa que grande parte dos temas centrais da teologia de Edwards estão presentes na reflexão ética que dominou o último período da sua vida.(37) Ele estava especialmente preocupado em contestar a "nova filosofia moral" do Iluminismo, segundo a qual o ser humano possui certa faculdade natural que, adequadamente cultivada, aponta o caminho para uma vida virtuosa. Em reação a isso, Edwards afirma enfaticamente que a verdadeira virtude não pode ser entendida à parte de Deus e da sua revelação. Em A Natureza da Verdadeira Virtude, Edwards argumenta que a genuína moralidade somente pode resultar da graça regeneradora de Deus.

A abordagem de Edwards nessa obra é tríplice. Primeiramente, ele reconheceu algum valor na obra dos novos moralistas. Por causa da graça comum, as pessoas possuem uma capacidade natural de agir eticamente em um determinado sentido. Em segundo lugar, no entanto, Edwards insistiu que os benefícios sociais da virtude natural ficam aquém da verdadeira virtude. Para ele, o fundamento inabalável continua sendo a graça regeneradora pela qual Deus vivifica o pecador. Estritamente falando, não há nenhuma coisa verdadeiramente boa que não seja sempre e em toda parte dependente de Deus. Finalmente, Edwards também procurou demonstrar que a imagem da virtude apresentada pelos novos filósofos morais era simplesmente um misto de prudência, interesse pessoal e amor-próprio. Com tudo isso, ele quis preservar a particularidade da graça e reafirmar a bondade de Deus como a única fonte legítima da verdadeira virtude.(38)

Essas considerações suscitam novamente a questão do avivamento, porque para Edwards existe sempre uma profunda conexão entre ética e espiritualidade. Não se pode separar a autêntica experiência de Deus dos frutos individuais e comunitários que necessariamente produz. É essa precisamente a ênfase do Tratado sobre as Afeições Religiosas, no qual Edwards analisa o avivamento a partir da experiência pessoal do crente. Ao enumerar os sinais fidedignos e não fidedignos da verdadeira espiritualidade, ele fornece princípios valiosos pelos quais é possível avaliar se uma obra espiritual ou um movimento religioso procede efetivamente do Espírito de Deus. Luiz Mattos sintetiza tais princípios da seguinte maneira:

Quaisquer manifestações externas resultantes de experiências extraordinárias não constituem um sinal confiável de espiritualidade e não evidenciam uma obra genuína do Espírito.

Uma obra autêntica do Espírito de Deus produz uma transformação radical da natureza da alma individual, que irá manifestar-se em uma conduta e em práticas inteiramente novas, revelando progressivamente a própria imagem de Cristo implantada no crente.(39)

Em outras palavras, a experiência religiosa verdadeira produz uma mudança ética individual que eventualmente irá externar-se na coletividade. Se tal mudança não puder ser percebida, seja no indivíduo, seja na comunidade, o reavivamento deve ser contestado como uma obra genuína de Deus. Esse aspecto social do reavivamento é elaborado por Edwards no seu tratado inconcluso História da Obra da Redenção, no qual, sob a ótica de sua posição pós-milenista, ele argumenta que uma coletividade que experimenta o avivamento irá apresentar os sinais da manifestação do reino de Deus. Essa sociedade "será dramaticamente transformada, não por qualquer esforço humano político ou revolucionário, mas pela ética do Reino a permear todos os relacionamentos."(40)

Finalmente, é nas magníficas obras gêmeas O Fim Para o Qual Deus Criou o Mundo e A Natureza da Verdadeira Virtude, bem como na rica série de sermões intitulada A Caridade e Seus Frutos, que Edwards expressa alguns de seus mais sublimes pensamentos acerca da experiência religiosa, focalizando-a, como é sempre a sua preocupação, firmemente em Deus. Embora existam fins subordinados pelos quais Deus decidiu criar o mundo, entre os quais a felicidade do ser humano, somente pode haver um fim último e supremo, a saber, a manifestação da glória do próprio Deus. A felicidade é parte do propósito final de Deus para o ser humano, mas não a felicidade que provém de um estilo de vida egocêntrico, e sim aquela que resulta de se viver para a glória de Deus. Isso se evidencia acima de tudo através do amor, primeiramente para com Deus e então para com as outras pessoas.

Um avivamento genuíno é aquele em que Deus, sua glória e vontade, constituem a motivação primordial, todos os outros interesses estando subordinados a esse. Como aponta Luiz Mattos, "a expectativa de manifestações extraordinárias ou dons extraordinários não percebe de maneira adequada o alvo final de Deus ao conceder tais despertamentos."(41) A manifestação suprema a ser desejada é o fruto mais rico do Espírito de Deus, o amor, que irá traduzir-se em relacionamentos humanos transformados e enriquecidos.

Conclusão

Jonathan Edwards foi inteiramente contrário à separação entre "coração" e "cabeça" que tantas vezes tem afetado os evangélicos. Uma das peculiaridades da sua obra teológica é justamente o fato de unir o mais rico sentimento religioso aos mais elevados poderes intelectuais. Por um lado, à semelhança de muitos filósofos seculares do Iluminismo, ele acreditava que o ser humano é capaz de raciocinar adequadamente e resolver problemas de maneira lógica. Por outro lado, Edwards fez uma síntese entre fé e razão que o põe em continuidade com grande parte da história do pensamento cristão.

Embora tenha sido um pensador independente e original, ele estava cônscio da obra de precursores seus como os reformadores e os puritanos, e certamente foi influenciado por eles. Ainda que não tenha sido um seguidor servil de Calvino, Edwards foi um defensor convicto do calvinismo. A sua originalidade está não tanto no conteúdo do seu pensamento quanto na sua maneira de pensar, produzindo uma grande quantidade de argumentos novos e profundos em apoio das antigas doutrinas da graça. Warfield opina que a defesa do calvinismo feita por Edwards deteve por mais de um século a conquista da Nova Inglaterra pelo arminianismo.(42)

Como bem aponta Lloyd-Jones, Edwards evidencia-se pelo equilíbrio em suas posições teológicas e práticas.(43) Ao mesmo tempo que combate o arminianismo, ele também se opõe ao hiper-calvinismo. Ele afirma com igual ênfase a importância da vida piedosa, de devoção e cultivo da interioridade, mas também a necessidade de que essa vida produza frutos visíveis nos relacionamentos e na comunidade. No entanto, as suas escolhas e prioridades são bem definidas. Apesar da grande atração que sente pela razão e pelo intelecto, nele o aspecto espiritual sempre domina o intelectual e as Escrituras sempre se sobrepõem às especulações filosóficas.

Edwards não esconde a sua apreciação por uma espiritualidade fervorosa e intensa. Ele é de fato o teólogo do avivamento, da experiência, do coração.(44) Mas isso não significa que a experiência seja o critério da verdade. Significa apenas que o cristianismo tem de ser experimental e prático, não apenas racional e cognitivo. A norma suprema de fé e o critério pelo qual se deve aquilatar toda e qualquer experiência religiosa é sempre a Escritura. Curiosamente, Edwards entende que não somente os adeptos do avivamento podem apelar erroneamente para as suas experiências pessoais subjetivas, como também os opositores do avivamento. Aqueles que não vivenciaram certas realidades espirituais, aqueles que não experimentaram determinadas "afeições" religiosas em sua vida, também não podem apelar para essa falta de uma experiência mais profunda de Deus para condenar os que a tiveram.

Por todas essas razões, Edwards é muito útil para as discussões atuais acerca da verdadeira espiritualidade. Seu critério básico para definir a questão é o mesmo que deve ser observado pela igreja contemporânea: verificar até que ponto Deus ocupa o lugar central da vida, do culto, das práticas e do testemunho. Além de advertir contra o mero emocionalismo, que excita as emoções mas não produz transformações duradouras, Edwards também combate o erro de se dar ênfase não a Deus, mas às respostas humanas a Deus, algo tão comum nos nossos dias com toda a celebração do eu, a empolgação religiosa e os testemunhos auto-gratulatórios. Em última análise, o que determina se a conversão e a vida espiritual são genuínas ou não, são os seus frutos visíveis: convicção de pecado, seriedade nas coisas espirituais, preocupação com a glória de Deus, apego às Escrituras, mudança no comportamento ético, relações pessoais transformadas e influência regeneradora na comunidade.





terça-feira, 20 de abril de 2010

“CONVICCÃO DE SUA CHAMADA E DE SUA VOCACÃO”.

PAULO, apóstolo de Jesus Cristo, segundo o MANDADO de Deus, nosso Salvador, e do SENHOR Jesus Cristo, esperança nossa – I Timóteo 1.1



INTRODUCÃO:
Umas das coisas fundamentais para que o Obreiro de Deus tenha sucesso em seu ministério, é este ter convicção de seu Ministério e sua Missão. Quando lemos este versículo encontramos a palavra “mandado de Deus”, ou como esta na versão da Bíblia de Jerusalém “por ordem de Deus”, ou seja, Paulo esta dizendo a Timóteo que ele tinha total convicção de sua chamada, vocação e propósito ministerial.
Paulo esta dizendo que não por ordenação humana, ou por imposição pessoal, mas por mandamento divino que ele era apostolo. É muito triste um obreiro que esta envolvido no ministério sem ter convicção que o Senhor o chamou, tal obreiro será cercado por “medo, incerteza, duvida, oscilações” por não ter convicção.
Como Paulo, temos total certeza que aquilo que estamos fazendo foi Deus quem mandou? Quando olhamos para a vida de Paulo temos o inicio, a continuação e o termino de seu ministério.
Em Atos 9.6 temos o inicio com a seguinte pergunta: “Senhor, queres que eu te faca?”; Em Atos 20.24 temos a continuação com a seguinte afirmação: “Mas em nada tenho em minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus”, vejamos que ele não perdeu o foco de sua missão e propósito; Em 2Timoteo 4.7 temos o final com a conclusão: o tempo de minha partida é chegado - “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda”.
O Ponto de partida para uma vida frutífera é quando surge em nosso coração esta pergunta “Senhor, que queres que faca? Quando Deus nos revela e nos mostra qual é o nosso papel no seu Reino, imediatamente somos possuídos de uma profunda convicção de que estamos no lugar certo, na direção certa, e fazendo o que é certo, porque foi mandado de Deus.
Oxalá que o amado companheiro tenha convicção do papel que vem desempenhado no Reino de Deus e no Santo Ministério. “Como uma âncora no meio de um mar alto, mantém o navio firme, forte e lhe da segurança, assim é a convicção, mantém o obreiro firme, forte e seguro em meio às tempestades do ministério”.
A CHAMADA E SUA IMPORTANCIA:
Um Obreiro sem a chamada é como!
 Um peixe fora da água; pula muito, mais esta morrendo,
 Um viajante sem destino ou rota de chegada,
 Um homem sem farolete no escuro da noite,
 Um céu sem estrelas,
 O sol sem sua luz e calor,
 Uma casa sem alicerce e tudo mais que não tem sentido.
Obreiro do Senhor tem que ter certeza da sua chamada, sem a qual ele não irá muito além no seu ministério - Leia (Mc 1.17; Rm1.1; Mt9.9).
Temos aqui agora enumerar alguns preciosos motivos de sua chamada:
1. Esclarecer que ministério, nunca foi uma profissão, mas sim “chamada e vocação” – (Ef4.11; Hb5.4);
2. A certeza da chamada faz o servo de Deus “superar” os obstáculos – (Nm12.1-16; At14.19-22);
3. A chamada acompanha a “missão” faz ter convicção para onde deve ir e não ir, ou seja, estabelece seus alvos e metas.
O MÉTODO DA CHAMADA DO OBREIRO:
Temos nas Escrituras pelo menos dois métodos revelados:
1. “Método direto” - Deus tem chamado homens de um modo direto - (Gn6.13; 12.1; Ex 3.10; 1Sm3.20; Is 6.9 e At9.6); Paulo foi chamado pelo método direto;
2. “Método indireto” - Deus também usou o método indireto na Bíblia para chamar e designar com grande objetividade - (Gn37.5-10; Nm27.18; Rm16.21); Timóteo foi chamado de modo indireto.
O QUE É CHAMADA? O QUE É VOCACÃO? O QUE É PROFISSÃO?
1. Profissão – é aquela habilidade que o homem se habilitou a fazer em faculdades, cursos, ou em treinamentos, como: Carpinteiro, Encanador, Eletricista, Padeiro, e outras mais...
2. Chamada – do latim, “clamare”, gritar; conclamação feita por Deus aos homens; Existem na Bíblia duas chamadas – a primeira é a “inclusiva”, quando os homens são chamados a salvação, e a segunda é a “exclusiva”, quando os homens são chamados a desempenhar os diversos ministérios no corpo de Cristo.
3. Vocação - do latim, vocactione, chamamento; é a irmã gêmea da chamada, pois junto com a chamada vem a vocação; Vocação é o papel que o chamado deve desempenhar dentro do corpo de Cristo; Por exemplo – Pastor, Evangelista, Profeta, Apostolo, Mestre e outros mais...
Perceba-se que profissão, chamada e vocação são palavras distintas uma da outra; Alguém pode estar no ministério sendo um excelente profissional, sendo chamado por Deus para o ministério e possuindo uma vocação para pastor; Ou alguém pode ser um excelente profissional, e não ter chamada para o ministério e muito menos vocação.
Quando olhamos para Paulo percebemos em suas cartas que ele possuía uma profissão – “fazedor de tendas”; Tinha uma chamada dada por Deus para servir o Reino, e sua vocação – “apostolo e mestre”.
CHAMADA E SUAS MOTIVACÕES!
Quando analisamos a chamada partindo do ponto de vista da motivação, percebemos e chegamos a seguinte conclusão, que existem pelo menos dois grupos – o da motivação errada, e a motivação correta.
Maneira errada de entrar para o ministério:
1. Por salário;
2. Por estatus;
3. Por fama;
4. Por posição;
Maneira correta de entrar para o ministério:
1. Por paixão as almas;
2. Convicção pessoal; Por amor a Deus;
3. Por missão e propósito divino;
4. Por chamada.
COMO SABER SE TENHO UMA CHAMADA?
Spurgeon disse – “É- lhe imperativo que não entre no ministério enquanto não fizer profunda sondagem e prova de si próprio quanto a esse ponto”.
Crendo como esses homens, na importância do chamado ministerial, quero apresentar quatro perguntas que podem ser utilizadas para avaliar esta convocação:-
As perguntas:
1. Há um Anseio?
Um dos elementos fundamentais do candidato ao ministério é o anseio, o desejo de participar do santo ministério, de ser membro deste tão nobre papel. Uma coisa deve ser observada, se o candidato não tem desejo de participar do ministério, por que então colocá-lo no ministério? O tal deve ter desejo e anseio de ser ministro – (1Tm3.1).
2. Há confirmação?
A confirmação ministerial se dá pelo menos em duas direções, na Vertical e na horizontal – Deus e os homens:
 Outros, as pessoas que estão em sua volta constantemente afirmam perceber em sua vida uma chamada para o ministério – (At16.1,2; 1Tm1.2).
 Divina – Deus de alguma forma sobrenatural, por profecia, revelação ou sonhos confirmou sua chamada para o ministério? – (1Cor16.8,9).
3. Existem Habilidades?
Todos os homens são possuidores de talentos, alguns receberam “talentos naturais”, outros “divinos ou ministeriais”. Alguns já nasceram com o dom natural de ser cantor, comunicador, e etc. Outros receberam de Deus o dom de Pastor, capacidade para apascentar e nutrir, Apóstolo, capacidade para fundar trabalhos, Profeta, capacidade para comunicar palavras proféticas, Evangelista, capacidade para convencer os pecadores da necessidade de salvação, Mestre ou Doutor capacidade para formar e doutrinar a Igreja, para a edificação do corpo de Cristo, a Igreja – (Ef4.11,12).
4. Há um Estilo de Vida Integro?
Quando é verificado no candidato ao ministério o anseio e desejo de participar do ministério, deve então fazer-se está pergunta: Você tem estilo de vida condizente com os requisitos estabelecidos para fazer parte do mesmo? Não adianta ter o desejo, o anseio se não tiver vida ilibada, integra, digna para estar no ministério, ministério é algo santo, e os que desejam fazer parte do mesmo deve ter vida santa. Análise os requisitos estabelecidos por Paulo nas suas cartas pastorais – (1Tm4.16; 1Tm3.1-7; Tt1.6-9).
Essas são quatros perguntas importantes que a pessoa deve fazer quando estiver considerando o ministério. Se depois destas quatro perguntas o candidato se achar digno e preparado para servir ao santo ministério, é um forte candidato.
Paulo disse – por mandato de Deus...

segunda-feira, 19 de abril de 2010

FAZENDO UM BALANCO DA MINHA VIDA...

Introdução - Sabemos pela Biblia que Paulo ficou um bom período de sua vida depois da sua conversão no anonimato, na solidão, na obscuridade, no deserto da Arábia - (Gl1.17). Paulo ali foi fazer uma profunda reflexão de seus princípios e um balanço de sua vida, o “antes e o depois”, o seu “passado e o seu futuro”. Paulo se recusou fazer alguma coisa para Deus sem antes buscar raízes profundas em Deus. Mais maturidade, mais precisão, mais profundidade de caráter, para depois sair para cumprir sua missão. Paulo tinha uma filosofia de vida – trabalhar o ser antes do fazer e do ter. Estamos num inicio de ano, e é um momento oportuno de fazermos um profundo balanço de algumas áreas da nossa vida: Já viste aquela placa nas grandes lojas e empresas - “Estamos fechados para balanço”.
1. Balanço da minha vida pessoal
• Estou cuidando do meu corpo, da minha saúde, estado físico?
• Estou dormindo bem, sono restaurador?
• Estou bem emocionalmente? Tenho rancor, magoa, ressentimentos, amargura de alguém?
• Estou comendo disciplinadamente? Como comidas que não fazem mal para minha saúde?
• Tenho sonhos? Tenho objetivos? Tenho alvos a ser alcançados? Ou estou cantando aquela musica – “Deixa a vida me levar, vida leva eu”
• Tenho princípios? Tenho filosofia de vida?
2. Balanço da minha vida familiar
• Tenho saúde familiar? Tenho um lar saudável?
• Tenho um bom relacionamento com meu cônjuge?
• Tenho dialogo e amizade com meus filhos? Meus filhos sabem que alem de Pai ou Mãe eles têm um amigo, com quem possa se confidenciar?
• No meu lar reúna a paz, e a harmonia? Temos tido freqüentes brigas e discussões?
• Tenho bom relacionamento com meus Pais?
• Tenho bom relacionamento com meus Ávos?
3. Balanço da minha vida social
• Tenho mais amigos do que inimigos?
• Tenho pessoas que são capazes de colocar suas vidas em risco, por mim?
• Como esta o meu relacionamento com meu chefe? Meu superior?
• Como sou visto na empresa onde trabalho? Sou bom funcionário?
• Como esta minha reputação no comercio?
• Sou carismático? A bastantes pessoas em volta de mim?
• Como sou chamado de mel ou limão pelos meus amigos?
4. Balanço da minha vida espiritual
• Tenho percebido a ação do Espírito Santo em minha vida?
• Tenho constantemente falado em línguas, chorado mediante o quebrantamento?
• Tenho sensibilidade a Palavra pregada nos cultos?
• Tenho sentido alegria da salvação?
• As pessoas têm percebido o brilho espiritual no meu rosto?
• Tenho perdido muitos cultos? E Quando perco sinto falta?
• Estou lendo a Biblia? Sinto fome da Palavra?
• Estou convicto da missão de Deus para minha vida?
• Tem alguma coisa que antes eu aborrecia e hoje aceito? Sabendo que isto não traz prazer a Deus?
• Estou consciente que meus atos, e a maneira que levo minha vida aqui, vai refletir na eternidade?
Conclusão:- Como gosto daquela frase “E caindo em si”, é hora de uma reflexão profunda... Vamos descer um pouco para a Arábia, depois buscarmos um Pedro, um Tiago para conversamos, discutimos alguns assuntos, rever conceitos, e abrir o coração...



DEZ CARACTERISTICAS DOS LIDERES EFICAZES

“Warren Bennis” é um especialista em liderança, muito famoso. Ele e um amigo entrevistaram executivos de alto cargo, e empreendedores talentosos, que são considerados os poderosos dos negócios da America. Dessas entrevistas, Bennis extraiu algumas características que precisam comuns a todos os lideres eficazes.
1. “Conhecimento próprio” – Os lideres eficazes tem uma compreensão de quem são, quais são seus talentos, e como utilizá-los da melhor maneira.
2. “Abertos a criticas e comentários” – Os bons lideres desenvolvem e valorizam varias fontes de criticas e comentários sobre seu desempenho. Uma das melhores fontes, diz Benni, “é o cônjuge”. Dos 40 executivos das 200 empresas da revista Fortune, que foram estudados, todos, menos dois deles, ainda estavam casados com suas primeiras esposas, e muito entusiásticos sobre o relacionamento do casamento.
3. Desejosos por aprender e melhorar – Os lideres são grandes perguntadores e ouvintes; eles fazem muitas perguntas esclarecedoras e investigativas, e ouvem as respostas. Quase todos os lideres tem uma propensão a mudança, e todos são muito abertos a novas informações.
4. Curiosos, se ariscam – Muitos lideres são aventureiros, no aspecto positivo; eles parecem caminhar pela vida com suas sobrancelhas levantadas, procurando maneiras de desafiar o “status quo”. Eles são capazes de correr grandes riscos.
5. Concentrados no trabalho – Existe uma irresistível persistência nos bons lideres. Eles tem um nível de concentração e enfoque que os diferencia da maioria das pessoas.
6. Aprendem na adversidade – Quase todos os lideres eficazes sofreram significativos contratempos. Eles usaram a crise ou o fracasso de suas vidas para aprender grandes lições sobre as pessoas, as organizações e os relacionamentos.
7. Equilibram tradição e mudança – Os lideres competentes evitam medidas muito drásticas. Eles conseguem adotar mudanças radicais sem comprometer tudo o que há de bom na tradição. Eles estão cientes das tradições, mas não aprisionados por elas.
8. Estilo aberto – Os melhores lideres operam com uma política de portas abertas. Não tem medo do acesso e das criticas e comentários. Eles recebem as criticas como uma oportunidade de crescimento. Ou seja, são acessíveis, sua vida é um livro aberto para que todos possam ler.
9. Trabalham bem com sistemas – Cada líder logo percebe que não consegue cuidar de todos os problemas e precisa confiar muito nos outros, para realizar as tarefas necessárias.
10. Servem como modelo e mentores – Muitos lideres se orgulham muito daqueles que foram treinados sob a sua supervisão. Eles levam muito a serio a sua responsabilidade de investir na vida de novos lideres, de modo que sempre haja uma fonte de liderança para o futuro.
Ser pastor é o desafio supremo de liderança. Temos que colocar em pratica uma quantidade de habilidades de liderança maior do qualquer outra profissão. Essas qualidades de liderança são aplicáveis, independentemente de personalidade ou estilo. Análise sua liderança com essas dez simples observações.



JEREMIAS E OS COMPLEXOS DA VIDA...

Texto - Jeremias 1.4-9
Introdução: A nossa vida é cheia de Complexos, coisas complicadas, Situações confusas, intrigantes e difíceis.
1.Complexo com suas Origens.2Rs24.14
1.1 Família Pobre
1.2 Socialmente Pobre
1.3 Cidade Pobre
1.4 Financeiramente Pobre
1.5 Tu também tens vergonha da suas Origens
2.Complexo de Ser Rejeitado.Jr1.18,19
2.1 Pela Família. Jr12.6
2.2 Pelos Vizinhos. Jr11.19-21
2.3 Pelos Sacerdotes. Jr20.1,2
2.4 Pelos Amigos. Jr20.10
2.5 Pelo Público. Jr26.8
2.6 Pelos Reis . Jr36.23
2.7 Pôr sermos Usados pôr Deus muitas vezes seremos rejeitados.
3.Complexo de Idade.Jr1.6
3.1 Acreditam que Ele tinha 20 anos.
3.2 Quem sabe tu dizes não tenho "Idade,Tamanho,Presença Pessoal,Perfil Físico e Aparência".
3.3 Deus Usou Homens Novos de Idade para uma Grande Obra.
3.4 José,Davi,Josias,Menino Pão e Peixe, Jesus com 12 anos de Idade.
3.5 Deus esta interessado em te Usar.
4.Complexos de não saber Falar.Jr1.6
4.1 Não tinha "Homiltica"
4.2 Não tinha "Oratória"
4.3 Não tinha "Prédica"
4.4 Não tinha "Dixição"
4.5 Exemplo: Demóstenes - Orador Grego
""O Grande Mestre da Oratória e suas limitações""
4.6 Problemas de Respiração, Dicção,Articulação e Postura.
4.7 Porém possuía Duas Qualidades "Determinação e Vontade"
"Determinação"- Colocou Pedras Pequenas na Boca e Procurava pronunciar Palavras da Forma mais correta possível.
"Vontade"-Diante da praia vencendo com a voz o barulho das ondas,correndo, subindo montanhas íngremes, recitando trechos para desenvolver o fôlego.
4.8. Você também deseja ser um pregador? Tem Limitações?
5.Complexo de sua Vida só se Resumir em Sofrimento.Jr15.18
5.1 Pôr 40 Anos serviu como Porta Voz de Deus para Judá,mas quando falava ninguém ouvia,chegou a amaldiçoar o dia do nascimento.Jr20.7-18
5.2 Jeremias não conseguiu sucesso material.
5.3 Foi lançado na Prisão. Jr37
5.4 Foi lançado numa Cisterna-Jr38
5.5 Foi levado ao Egito contra sua Vontade.Jr43
5.6 Ao longo da sua Vida viveu só,proclamando a mensagem.
5.7 Aos olhos do Mundo,Jeremias não foi um Sucesso,mas aos olhos de Deus,Jeremias foi uma das pessoas mais bem sucedidas da História.
5.8 Porém Alcançou destaque nas escrituras sendo comparado a Jesus.Mt16.14
Conclusão: Creia que Deus ajudará a vencer os complexos da Tua Vida e Será um Instrumento nas mãos de Deus.